Retirado do livro Cães Sabem Quando Seus Donos Estão
Chegando, de Rupert Sheldrake, 1999.
"Neste livro, discuto três categorias principais de
percepções animais inexplicáveis, a saber: a telepatia; o senso de direção; e
as premonições.
1. A Telepatia. Começo com a capacidade que alguns cachorros, e outros animais
têm de saber que seus donos estão chegando em casa. Em muitos casos, a
antecipação da chegada das pessoas por parte dos animais não pode ser explicada
em termos de rotina, de indícios fornecidos por quem está em casa ou pelo som
da aproximação de carros conhecidos. Em experiências filmadas, os cachorros
conseguem antecipar a chegada de seus donos em horários aleatórios, até mesmo
quando chegam de táxi ou em outros veículos desconhecidos por eles. De alguma
forma, as pessoas comunicam a intenção de voltar para casa telepaticamente.
Alguns animais de estimação também reagem telepaticamente a diversas outras
intenções humanas e respondem a chamados e comandos silenciosos. Alguns sabem
quando uma pessoa em especial está ao telefone. Outros demonstram reações
quando seus donos estão sofrendo ou morrendo em algum lugar distante. Sugiro
que a comunicação telepática depende de laços entre pessoas e animais que não
são apenas metafóricos e sim verdadeiras conexões. Eles estão ligados através
de campos, chamados campos mórficos. (são campos não materiais que contêm
informações quânticas que geram tudo o que conhecemos, como os comportamentos, as
emoções e a matéria de um modo geral. Extraído de projeto Pinga
Fogo Quântico 2013)
2. O Senso de Direção. Os pombos-correio conseguem encontrar o
caminho de volta para o seu pombal através de centenas de quilômetros de
território desconhecido. As andorinhas migrantes europeias viajam milhares de
quilômetros até chegarem aos seus campos de alimentação na África e na
primavera retornam à sua terra natal, até mesmo para o prédio onde haviam feito
seu ninho anteriormente. Essa capacidade de viajar para destinos distantes
continua sem explicação e não pode ser esclarecida pelo olfato ou por qualquer
outro dos sentidos conhecidos, nem mesmo um possível "senso de
bússola". Alguns cachorros, gatos, cavalos e outros animais domésticos
também têm bom senso de direção e encontram o caminho de casa a partir de
locais estranhos, a muitos quilômetros de distância. Os animais parecem ser
atraídos pelo destino desejado como se um elástico invisível os ligasse àquele
lugar. Essas ligações só encontram explicação nos campos mórficos. Alguns
animais não encontram o caminho de volta para lugares e sim para pessoas. Os
donos de alguns cachorros, ao viajarem e deixarem seu animal para trás, são
encontrados por este em locais distantes onde o animal jamais esteve. Seguir a
pista de uma pessoa pelo faro pode explicar alguns casos quando as distâncias
são curtas, mas em outros casos a única explicação plausível parece ser o elo
invisível forjado entre o animal e a pessoa a quem este é ligado. Mais uma vez,
isso poderia ser comparado a um elástico esticado, o que eu atribuo ao campo
mórfico que conecta animal e dono.
3. Premonições. Algumas premonições podem ser explicadas em termos
de estímulos físicos: por exemplo, animais que ficam agitados antes de um
terremoto podem estar reagindo a mudanças elétricas sutis; cachorros que avisam
aos donos epiléticos da iminência de um ataque podem estar notando tremores
musculares sutis ou odores fora do comum. Mas outras premonições parecem
envolver pressentimentos misteriosos que desafiam nossas pressuposições
habituais sobre a divisão entre passado, presente e futuro. A telepatia, o
senso de direção e as premonições são exemplos daquilo que algumas pessoas
chamam de percepção extrassensorial. Outros os atribuem a um "sexto
sentido" (ou "sétimo sentido", mas de qualquer forma a um
sentido ou sentidos a mais). Outros os chamam de "paranormais".
Outros ainda de "psíquicos". Todos esses termos estão de acordo entre
si ao apontarem para algo que vai além dos limites da ciência estabelecida.
"Percepção extrassensorial" significa, literalmente, uma percepção
além ou fora dos sentidos. À primeira vista, o termo "sexto sentido"
parece significar o contrário, pois sugere uma perceptividade que faz parte dos
sentidos apesar de exercida através de um outro tipo de sentido ainda não
reconhecido pela ciência. Esse conflito desaparece se considerarmos o sentido
de "extrassensorial" como sendo "fora dos sentidos
conhecidos". Os termos "percepção extrassensorial" e "sexto
sentido" não sugerem o que são esses fenômenos ou como funcionam. Eles
meramente nos dizem o que não são. Não são explicáveis em termos dos sentidos
conhecidos. Todos os três tipos de perceptibilidade - a telepatia, o senso de
direção e as premonições - parecem ser melhor desenvolvidos em espécies
não humanas, tais como os cachorros, do que nas pessoas. No entanto, eles
também ocorrem entre os humanos. Poderes psíquicos humanos ou "sextos
sentidos" parecem mais naturais, mais biológicos quando vistos sob a
óptica do comportamento animal. Muito daquilo que parece ser
"paranormal", hoje em dia, parece normal quando expandimos nossas
noções de normalidade. A ciência conseguirá avançar apenas quando caminhar além
de seus limites atuais. (...) É possível investigar as capacidades
inexplicáveis dos animais cientificamente e de forma que não seja invasiva ou
cruel. Também sugiro uma variedade de maneiras pelas quais os donos de animais
e estudiosos podem fazer grandes contribuições a esse novo campo de pesquisa.
Temos muito a aprender com nossos animais de estimação. Eles têm muita coisa
para nos ensinar a respeito da natureza animal - e de nossa própria natureza."
Por Google Images |
Maravilhoso texto Paula! Um grande abraço
ResponderExcluirObrigada pelo carinho, Katia!
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